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Cuidado com o nada...
Há momentos em que temos a certeza de que não estamos preparados para enfrentar os desafios e que só nos resta a conformação.          leia mais...
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Você, um vencedor

Talvez seja fácil ser um vencedor, e você não saiba como fazer ou por onde começar. Talvez seja difícil, e dependa de muitos aprendizados precedentes, mas, pode ser também que isso seja impossível e você apenas perca tempo com esta expectativa.

É ... mas, se você pensa que vale a pena tentar, por que não?

Comece fechando os olhos. Aguce a mente e repasse em câmara lenta cada um dos momentos que guardam conexão com os fundamentos que embasarão sua próxima decisão.

Selecione os quadros que realmente tenham relevância, e tente ordená-los por ordem de valores, começando daqueles de menor importância para os que merecem maior destaque.

Quanto aos demais, abandone-os. Preferencialmente os atire no lixo imaginário. É que não se prestarão a lhe orientar qualquer raciocínio e não devem ocupar o espaço das suas lembranças.

Depois de definidos os quadros de memória que têm utilidade para estabelecer a linha de conduta lógica para o seu julgamento interior, será hora de aferir a verdadeira utilidade de cada um deles, então, nova seleção começará se formar.

Se uma lembrança conduz a mera sensação de ira ou desprazer, claro, não deverá figurar na última seleção. Estas imagens não são adequadas para dar consistência a uma decisão. Contudo, se uma, qualquer delas, se aflora denunciando bons sentimentos, apenas por isso, deve ocupar um lugar de destaque neste mural. Só as lembranças que inspirem alegrias ou realizações têm realmente importância na construção de uma tese ou decisão.

É possível que a uma certa altura da definição de suas convicções o leste ou oeste da decisão possa se confrontar com alguma outra postura que tenha adotado em outros tempos e lhe provoque ressentimentos quanto às imprecisões passadas. Mas, não importa, o passado não deve influir no presente ou no futuro. São situações e tempos diferentes, que devem obedecer lógicas próprias, portanto, é necessário se desvencilhar das armadilhas dos nossos condicionamentos.

Continue a meditar com objetividade. Aos poucos, avaliando e reavaliando, depois criando uma seqüência de valores, a posição dos quadros vai se definindo e, automaticamente, eles próprios se ordenarão na sua mente, como se formassem uma história, e lhe permitirão, sem qualquer resquício de dúvida, estabelecer os caminhos a percorrer e definir o cerne da decisão.

Na verdade os resultados finais dos empreendimentos estanques pouco ou nada importam no contexto de uma vida, isso porque o ato de vencer não é exatamente triunfar em batalha. É, antes de tudo, a glória de conseguir sentir na alma que você é capaz de se levantar quando as pernas pedem repouso; que você é capaz de, na encruzilhada da vida, decidir se seguirá pelo norte ou pelo sul; que você é capaz de tentar, sempre e sempre, ainda que as chances sejam pequenas, ou nem existam mais; que você é capaz de continuar a luta mesmo quando a derrota se avizinha e, afinal, se acaso as forças se exaurirem, se sequer forem suficientes para lhe fazer ecoar o seu grito de guerra, e nem mesmo lhe permitirem esboçar um largo sorriso, você ainda será um vencedor se puder reafirmar para o seu eu, com absoluta convicção, que, apesar dos percalços, cada minuto vivido valeu a pena, e muito.

Ser vencedor é exatamente isso, é estar consciente de que os prazeres e as dores, as alegrias e lágrimas, a riqueza e a miséria, a juventude e a velhice, a vitalidade e o cansaço, a vida e a morte, são peças de um mesmo jogo e não convivem umas sem as outras, que nós todos devemos nos regozijar, porque, somos parte, certamente a parte mais importante, desta imensa, majestosa, e gloriosa energia universal.

Danilo Santana

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