Meditação
Quando você está abalado e sob pressão, ocorre na sua mente um congestionamento sistêmico altamente danoso ao seu corpo e ... leia mais... |
|||
|
A Pequena Diferença Não raro nos perguntamos: O mundo é ingrato? Alguns nascem
com privilégios e continuam bem-aventurados, outros, nascem miseráveis e
continuam marginalizados. A cada momento em que nos defrontamos com o desengano, o
sofrimento e as agruras, quer quando embaçam o nosso próprio espaço íntimo, quer
quando atingem os nossos semelhantes de alguma forma próximos, e até naquelas
situações em que constatamos o infortúnio alheio, inequivocamente longínquo, nos
quedamos a cismar sobre a imparcialidade da justiça universal. Quase sempre temos notícia de valentes e destemidos jovens
que renunciam ao prazer de suas amizades, ao conforto dos seus lares, ao carinho
de suas famílias e abandonam a terra-mãe em busca do sucesso ambicionado. Se buscarmos respostas para estes desencontros, aparentemente
injustos, vamos encontrar, em algum cantinho das atitudes destes personagens,
uma vontade, um fato ou uma opção, que podemos chamar de pequena diferença. Se um lutador vence a luta somente depois de longo equilíbrio na disputa, fazendo jus ao título de campeão e ao grande naco financeiro que lhe cabe pela vitória, não se trata de acaso, sorte ou destino, mas, por certo, tornou-se mais apto por se dedicar alguns minutos extras ao treinamento e conseguir resistência para suportar com mais facilidade os últimos embates. Ou, talvez, o senso de disciplina lhe permitiu manter uma melhor técnica de luta, ou, ainda, quem sabe, até um cuidado mínimo com o corpo, com a saúde, ou mesmo com a auto-estima, lhe fortaleceram o menor dos músculos, então, fazendo surgir uma pequena diferença. Quando nos deparamos com o orgulho do vencedor e a humildade do vencido, podemos ter certeza de que cada qual, de alguma forma e por algum motivo; por ação ou omissão, por coragem ou covardia, pela vontade ou pela indiferença, mereceu o resultado. Isto porque não há sorte, trata-se meramente da evidência da pequena diferença. Não se trata de injustiça divina quando a peste, o flagelo e o caos, alcançam milhares de favelados, enquanto a saúde, o sucesso e a alegria, permanecem lado a lado com os bafejados pela fortuna. É que, em algum pedaço da existência, alguns fraquejaram enquanto outros resistiram; alguns lutaram enquanto outros alienaram; alguns buscaram a conquista de seus sonhos enquanto outros optaram por consumir momentos. Então, claro, numa ou noutra geração, manifestou-se o reflexo da pequena diferença. A pequena diferença pode ocorrer na força de acreditar ou desacreditar na sua própria capacidade; na atitude de ousar ou de se conformar; na disposição de ambicionar ou de renunciar; na coragem de avançar ou de recuar; no poder de sonhar ou de se alhear; no ímpeto de vencer ou de se sentir vencido; de se dedicar ou de se negligenciar; na vontade de sorrir ou de auto-apiedar-se. O grave em tudo isso é que a pequena diferença pode ter sido provocada em uma determinada época, e os resultados, positivos ou negativos, imprimirem seqüelas que continuam se manifestando no tempo, atingindo gerações posteriores. Portanto, os reflexos podem se constituir de uma herança recebida, mas, claro, também podem se traduzir no patrimônio maior que vamos deixar para os nossos sucessores. Portanto, só nos resta um caminho: Idealizar o nosso sonho; definir o nosso objetivo; estabelecer as nossas metas e começar a nossa luta, imediatamente, e sem trégua. É preciso construir ou desconstruir a nossa pequena diferença, enquanto é tempo. Não é prudente acreditar no acaso; não podemos esperar pela sorte; não devemos confiar no destino. A única certeza que nos acompanha é a de que a razão universal é indiferente às promessas, aos lamentos e às lágrimas e, o pior, o tempo, sem qualquer dúvida, não perdoa, não espera, não pára. É absolutamente surdo, insensível e implacável. Danilo Santana |
||
© Copyright 2005 Danilo Santana Advocacia - Todos os direitos reservados - English JurisWay |